Entre várias andanças entre os mais diversos sites da Internet, me deparei com um texto muito interessante, que fala um pouco dos sentimentos envolvidos em uma ultramaratona.
“Talvez a essência da Ultramaratona seja sua suprema falta de utilidade. Não faz sentido, num mundo de naves espaciais e supercomputadores, correr vastas distancias à pé. Não há dinheiro e nem fama envolvidos na maioria das provas, freqüentemente nem mesmo há a aprovação dos familiares e entes queridos. Mas como afirmam poetas, apóstolos e filósofos desde os mais remotos tempos, existe muito mais na vida que a simples lógica e o bom senso. Os Ultramaratonistas percebem isso instintivamente. E eles sabem algo mais que está perdido no sedentarismo. Eles entendem talvez mais que ninguém, que a porta para o espírito se abrirá com o esforço físico. Ao correr tão longas e extenuantes distâncias eles respondem uma chamada do mais profundo de seu ser – uma chamada que responde quem realmente eles são”.
(David Blaikie)
Realmente esportes de endurance são complicados de explicar com palavras, é necessário senti-los, sofrê-los, viver-los.
Tenho um amigo, Roberto Trevisan (http://robertotrevisan.blogspot.com) que é ciclista e em seu BLOG faz um relato incrível de sua experiência no Colorado Last Chance 2008, um evento (não competitivo) de ciclismo que contempla pedalar a distancia de 1.200km (isso mesmo) em um período de tempo determinado.
Muitas pessoas olham esse tipo de experiência e se perguntam, MAS PARA QUE? POR QUÊ? Se o evento nem competitivo era, qual o objetivo de sofrer fisicamente e psicologicamente, ganhar lesões como assaduras, ficar vários dias depois quase sem conseguir mover as pernas!?
Bem, lamentavelmente não temos uma resposta pronta para essas perguntas, muito menos queremos que todas entendam o que sentimos ao pedalar 1.200km ou correr uma prova de 150km.
Como falou David Blaikie no texto que postei acima, talvez entendamos mais que ninguém, que a porta para o espírito se abre com o esforço físico.
Praticar esse tipo de esporte (resistência) faz com que o atleta embarque em uma viagem incrível de autoconhecimento, passamos horas e horas com nós mesmos e com nossos próprios pensamentos, conseguimos entender e ver o mundo e os problemas cotidianos de uma forma mais clara, com mais opções.
A vida é única, temos uma única oportunidade de fazermos as coisas bem, de sermos felizes, de sentirmos diversos, inúmeros e incontáveis sentimentos que existem.
O ser humano é um ser sentimental, entendemos as coisas que nos passam pelos sentimentos que nos provocam (felicidade, medo, tristeza, ansiedade, preocupação)…
Sabemos se algo é ruim ou bom, pelos sentimentos que temos associados a isso, logo, nós atletas de endurance, entendemos que isso que fazemos é bom, pois nos provocam sentimentos bons e momentos de prazer.
Não queremos provar nada a ninguém, muito menos queremos um reconhecimento pelo que fazemos, queremos simplesmente sentir-nos bem, conhecer-nos melhor e com isso conseguir ser seres humanos melhores.
Como já falei em outros post´s, não queremos que todos saiam correndo ou pedalando para sentir o que sentimos, queremos apenas que as pessoas se dediquem a fazerem coisas que lhes proporcionem prazer, bem-estar e autoconhecimento. Seja essa atividade a que (culinária, música, artes, esportes)…
Seja um ser humano sentimental…. Sinta e viva…
Abraços!
Jeison Costa.
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